Muito se fala sobre carros autônomos, contudo, essa é uma tecnologia que já existe no mundo náutico. Diversas embarcações autônomas já estão em operação, equipadas com inteligência artificial de ponta e sensores avançados, esses barcos são capazes de realizar navegações, desviar de obstáculos e se ajustar às variações das condições em tempo real.
Os ADAS (Sistema Avançado de Assistência ao Motorista) utilizam várias fontes de informações, como câmeras, GPS, sonar, radar, AIS, dados do barco (como posição do leme e do acelerador), mapas, cartas náuticas e imagens de satélite para criar um mapa digital do barco e do ambiente ao redor, conhecido como 'mapa-múndi'. Este mapa é usado na fase de 'pensar' do processo, no qual o sistema avalia e atualiza constantemente as informações.
Para distinguir objetos e tomar decisões de direção, velocidade, tipo de embarcação e a ação de acordo com as regras de trânsito, os sistemas ADAS utilizam inteligência artificial, aprendizado de máquina e algoritmos. Ou seja, eles aprendem e armazenam informações para tomar decisões com base nelas.
Na Noruega, a Yara Birkeland, desenvolvida pela empresa química Yara International, é considerada o primeiro navio de carga totalmente elétrico e autônomo do mundo, criado para promover um transporte de mercadorias mais ecológico. Enquanto isso, nos Emirados Árabes, Dubai conduziu testes com um ferry autônomo Abra, um barco de madeira com capacidade para transportar oito passageiros.
Já nos canais da Holanda, foram realizados testes com barcos Roboats elétricos e completamente autônomos para transporte e coleta de resíduos. Essas embarcações autônomas, desenvolvidas pelo MIT e financiadas pela cidade de Amsterdã, conseguem se combinar para criar estruturas flutuantes, como docas e pontes. A empresa responsável agora planeja construir uma balsa autônoma que estará em operação durante os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.
Os defensores dessas tecnologias afirmam que, ao reduzir a influência do erro humano, os barcos autônomos têm o potencial de melhorar a segurança e reduzir acidentes, ao mesmo tempo em que otimizam o consumo de combustível e diminuem as emissões de carbono.